Coreia do Norte instala painéis solares ao longo da fronteira para aumentar a vigilância — Radio Free Asia

A Coreia do Norte está instalando painéis solares ao longo da fronteira com a China para garantir que as instalações de segurança tenham eletricidade suficiente para vigilância noturna, disseram fontes que vivem na área à RFA.

Apagões contínuos há muito atormentam a Coreia do Norte, especialmente em áreas fora da capital, onde os cidadãos podem ter acesso à eletricidade em suas casas por apenas algumas horas por dia.

O inverno atrapalha ainda mais a envelhecida rede elétrica do país, pois o frio prejudica a produção nas usinas hidrelétricas. Os cidadãos que podem pagar para instalar painéis solares em suas casas têm acesso à eletricidade a qualquer hora.

Os militares estão seguindo a sugestão desses residentes instalando os painéis ao longo da fronteira para garantir que as luzes dos holofotes brilhem durante a noite, tornando mais difícil a fuga das pessoas, disse um militar da cidade fronteiriça de Hoeryong, no nordeste, à agência coreana da RFA. Serviço 1 de dezembro.

"Desde o mês passado, estamos colocando os painéis para que haja eletricidade suficiente para as luzes noturnas presas às cercas de arame farpado, para que possamos monitorar a fronteira com mais cuidado", disse a fonte, que pediu anonimato por razões de segurança.

"Os painéis solares são de fabricação nacional. Eles convertem a luz solar em eletricidade durante o dia e a armazenam em uma bateria, para que possa ser usada à noite", disse a fonte.

Os painéis solares são feitos com matérias-primas chinesas e vão revestir as cercas de arame farpado da fronteira com um intervalo de 150 a 200 metros, segundo a fonte.

"Fazer vigilância à noite ficou mais fácil com as luzes. Antes disso, eles só tinham detectores baseados em radar", disse a fonte.

"A maioria dos painéis solares da Coreia do Norte é importada da China por cerca de US$ 30 a US$ 50 cada. Eles eram usados ​​para abastecer casas. Mas agora nós os produzimos localmente", disse a fonte.

A RFA não pôde confirmar se as matérias-primas foram importadas antes de Pequim e Pyongyang fecharem suas fronteiras e suspenderem todo o comércio no início da pandemia de coronavírus em janeiro de 2020, ou se foram importadas recentemente este ano como exceção.

Os militares terminarão a instalação de painéis solares até fevereiro de 2022, disse um militar da cidade fronteiriça de Hyesan, a mais de 160 quilômetros a sudoeste de Hoeryong.

"Se esses painéis solares forem instalados na área da fronteira e eles puderem acender as luzes à noite, será muito difícil acessar a fronteira, de dia ou de noite, mesmo durante uma queda de energia. Isso é especialmente verdadeiro ao longo da fronteira aqui em província de Ryanggang, onde havia visibilidade muito baixa em certas áreas." disse a segunda fonte.

"Os guardas usarão a luz do sol para iluminar a noite. À noite ninguém deve andar perto da fronteira."

O governo norte-coreano melhorou significativamente a segurança nas fronteiras durante a pandemia de coronavírus, no que diz serem medidas para impedir a introdução do vírus no país.

Relatórios anteriores da RFA revelaram que os militares enviaram forças especiais para a região fronteiriça para complementar as unidades de guarda e prevenir a corrupção. Além disso, as autoridades ordenaram que minas terrestres fossem colocadas ao longo dos pontos de passagem mais movimentados e estabeleceram uma zona de matança de 1 quilômetro ao longo de toda a fronteira de 880 milhas.

Várias pessoas também foram executadas publicamente por atividades de contrabando.

Mais de 33.000 norte-coreanos escaparam com sucesso e chegaram à Coreia do Sul nas últimas décadas, mas o número de fugitivos que entraram na Coreia do Sul diminuiu drasticamente de 1.047 em 2019 para apenas 229 em 2020, de acordo com estatísticas do Ministério da Coreia do Sul. Unificação.

Traduzido por Claire Lee e Leejin Jun. Escrito em inglês por Eugene Whong.

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